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Atividades de radioisótopos administradas em medicina nuclear e proposta de nível de referência em diagnóstico (DRL) para pacientes adultos e pediátricos no Brasil

Materiais e Métodos

Com o apoio da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), todos os 432 serviços de medicina nuclear (SMN) existentes no Brasil foram convidados para participar deste projeto de pesquisa. Foram enviados a todos os SMNs uma carta explicativa sobre o projeto e um formulário visando obter informações sobre os tipos de exames praticados em cada clínica, as atividades médias administradas de radioisótopos para cada tipo de exame realizado em pacientes adultos, os equipamentos de imagem disponíveis e as regras utilizadas para ajustar os montantes de atividades a serem administradas de acordo com a idade e o peso corpóreo dos pacientes. Os SMNs receberam o formulário junto com as remessas de radioisótopos fornecidas pelo IPEN e também via correio eletrônico enviado pela CNEN a todos os Titulares e Supervisores de Radioproteção dos SMNs. Alguns formulários também foram entregues pessoalmente para alguns SMNs pela equipe de pesquisadores. Para confirmar o recebimento da documentação pelos SMNs, responder questionamentos e aumentar o número de adesões ao projeto, boa parte dos responsáveis pelos SMNs (Médicos Nucleares e Supervisores de Radioproteção) foi contactada via telefone pelos pesquisadores.

Para a composição do formulário encaminhado aos SMNs, levou-se em consideração mais de 50 tipos de exames diagnósticos realizados com maior frequência na área de medicina nuclear, com possibilidade de inclusão de novos exames no formulário de pesquisa caso o SMN sentisse necessidade. As principais informações solicitadas no formulário foram relacionadas à localização geográfica do SMN, os tipos de exames diagnósticos oferecidos pela clínica, a quantidade média de atividade administrada aos pacientes adultos em cada tipo de exame, incluindo a identificação do tipo de radioisótopo e radiofármaco utilizado, o parque de equipamentos de imagem disponíveis e os tipos de ajustes das atividades a serem administradas de acordo com a idade e o peso corpóreo dos pacientes. Para resguardar a identidade dos SMNs, todos eles receberam um código de identificação, não sendo possível acessar as informações apresentadas pelos SMNs de forma individualizada. Tal conduta de segurança não interferiu nas análises estatísticas realizadas com as informações apresentadas pelos SMNs.

Após o recebimento dos formulários, via correio eletrônico ou convencional, todas as informações foram tabuladas em uma planilha (Excel®, Microsoft, 2007), permitindo calcular diversas variáveis estatísticas, tais como as quantidades mínima, máxima, média, desvio padrão, mediana, percentil 75 (P75) para as atividades administradas aos pacientes adultos em cada tipo de exame.

Dentre os métodos adotados internacionalmente para a elaboração de valores de referência em diagnóstico, sejam aqueles que consideram o P75 da média, do intervalo ou da máxima atividade administrada em cada exame, optou-se neste estudo por utilizar o método que considera o P75 da média das atividades administradas como proposta de DRL(7,8), entendendo que, com esta opção, 75% de todos os SMNs já estariam trabalhando dentro ou abaixo do DRL proposto, desta forma facilitando a adesão e implantação destes níveis de referência pelas sociedades de classe e órgãos governamentais, bem como evitaria dar maior peso para as atividades mais elevadas. A proposta inicial de DRL para pacientes pediátricos foi elaborada a partir dos valores de DRL para pacientes adultos, considerando fatores de redução das atividades de acordo com as recomendações da Sociedade Americana de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SNMMI) e Associação Européia de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (EANMMI)(9,10,11) e que envolve as características de desempenho dos equipamentos de imagem e físicas dos pacientes.