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Variação da captação do FDG-18F durante a insulinoterapia em exames de PET-CT: Revisão sistematizada

Introdução

A Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) é um método de diagnóstico por imagem que está inserida na grande área da medicina nuclear, uma especialidade médica que utiliza radiofármacos com finalidade diagnóstica bem como terapêutica. Por ser um método imagenológico que avalia alterações metabólicas e funcionais com a utilização de radiofármacos, vem ganhando grande importância em áreas como na oncologia(1).Na década de 80, a Tomografia por Emissão de Pósitron, técnica conhecida como PET (positron emission tomography) foi introduzida como método de imagem in vivo para avaliar a atividade metabólica no corpo humano. A PET é um método de diagnóstico por imagem que avalia parâmetros metabólicos, funcionais e fisiopatológicos através do mapeamento da biodistribuição do radiofármaco administrado ao paciente(2).

O método de obtenção de imagem na PET-CT ocorre por meio de radionuclídeos com meia-vida curta que decaem por emissão de pósitrons (β+). O pósitron, um elemento de carga positiva, ao encontrar-se com o elétron (negativo) em uma eletrosfera de um átomo próximo forma-se um positrônio. Em um intervalo de 10-10s ocorre uma aniquilação destas partículas com consequente emissão de dois fótons de radiação gama em direções diametralmente opostas (180°) e com uma energia de 511 KeV cada. Estes fótons, são então captados por um sistema de anéis de detectores compostos por cristais cintiladores como o LSO (oxiortosilicato de lutécio) acoplados a PMT ou tubos fotomultiplicadores. Estes fótons devem ser captados em um intervalo de tempo da ordem de 10 nanossegundos, o que é chamado de sistema de detecção por coincidência, resultando na formação da imagem PET(3,7).

No Brasil, no ano de 1998, houve a introdução inicial da metodologia PET com os circuitos de coincidência e as câmaras de cintilação. Mas, ao longo de 2001, os equipamentos de PET já estavam sendo acoplados à sistemas de tomógrafos para correção de atenuação e correlação anatômica e foram gradativamente sendo incorporados ao diagnóstico, possibilitando a fusão de imagens metabólicas às anatômicas da CT. Logo, aumentou-se o parque tecnológico em hospitais públicos e privados, associados também a crescente instalação de cíclotrons, equipamento que produz o isótopo radioativo Flúor-18 (18F), utilizado na produção do radiofármaco para os exames de PET-CT(4). Um dos principais radiofármacos que vêm sendo utilizados na tecnologia PET é o FDG-18F, molécula de fluorodesoxiglicose marcada com o radionuclídeo Flúor (18F). Através desse método, diversas publicações científicas surgiram na prática clínica da oncologia. O princípio da PET com o uso do radiotraçador FDG-18F fundamenta-se na alta captação das células neoplásicas pela glicose. Estas células neoplásicas, em sua maioria, apresentam uma maior hiperexpressão de transportadores de glicose (GLUT) e o consequente aumento do metabolismo glicolítico celular comparado aos tecidos normais(4). A entrada de glicose nas células ocorre por meio destes transportadores específicos de glicose, chamados-GLUT, mediada ou não por insulina. A molécula do FDG-18F é um análogo da glicose, que é incorporado pelas células de forma semelhante. Através dos GLUTs e da enzima Hexoquinase, que a converte em FDG- 6 -F é agregado ao citoplasma, como uma glicose radiomarcada(5).

O comportamento do FDG-18F é similar ao da glicose, e ocorre, portanto, uma competição entre ambos por um mecanismo de transporte facilitado(6). A 2-Deoxiglicose vai ser transportada para dentro da célula pela GLUT, e assim como uma glicose normal é fosforilada via enzima hexoquinase, transformando-se em 2-Deoxi-D-glicose-6-fosfato-18-F, que será retida no citoplasma da célula. Como na síntese do FDG há uma substituição do grupo hidroxil (-OH) do Carbono-2 pelo isótopo 18F este não irá prosseguir na via glocolitica do metabolismo devido ao grupo hidroxil (-OH) ser indispensável na próxima etapa(7). As células malignas apresentam uma característica importante que é a alta taxa de metabolismo celular. Sendo assim, a PET-CT, com o uso do FDG-18F, auxilia na demonstração das regiões de hipermetabolismo glicolítico, in vivo que são estudadas(6).

Este trabalho tem como objetivo compreender os fatores que podem influenciar no exame do PET-CT-FDG18F em condições de hiperglicemia plasmática. Descrever os principais transportadores de glicose, e os conceitos fisiopatológicos envolvidos durante a captação muscular e a insulinoterapia em pacientes submetidos ao exame de PET-CT.