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Osteopoiquilose em paciente com neoplasia invasiva de mama

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 51 anos, com diagnóstico prévio de carcinoma invasivo de mama, foi submetida a PET/CT FDG-18F, que demonstrou, além da neoplasia primária, lesões osteoblásticas sem expressão metabólica em escápulas, coluna vertebral, arcos costais, ossos pélvicos e fêmur (fig. 1A). Cintilografia óssea (fig. 1B) revelou leve captação inespecífica de 99mTc-MDP compatível com doença articular degenerativa em processos espinhosos de coluna lombar, côndilos femorais laterais e articulações sacroilíacas e coxofemorais.

Figura 1
Figura 1 Imagens de (A) PET/CT FDG-18F e (B) cintilografia óssea com 99mTc-MDP de uma mulher de 51 anos recentemente diagnosticada com carcinoma invasivo de mama. Além da neoplasia primária, PET/CT FDG-18F detectou múltiplas lesões osteoblásticas sem expressão metabólica significativa em escápulas, coluna vertebral, arcos costais, ossos pélvicos e fêmur. Nesta paciente, a cintilografia óssea evidenciou leve captação inespecífica de 99mTc-MDP em coluna lombar (processos espinhosos), côndilos femorais laterais e articulações sacroilíacas e do quadril, condizente com doenças degenerativas osteoarticulares.

Tomografia computadorizada de tórax (fig. 2) e ressonância magnética (fig. 3), evidenciaram múltiplas formações nodulares ósseas aleatoriamente distribuídas em arcos costais e corpos vertebrais torácicos e lombares, sem sinais de fraturas patológicas. Biópsia (fig. 4) e estudo imunohistoquimico (fig. 5) foram realizados; a análise histológica revelou medula óssea com celularidade preservada e sem evidência de malignidade. A imunohistoquímica (IHQ) demonstrou expressão para CD3 e CD20 sem expressão de citoqueratina, sugerindo tecido hematopoiético reacional e excluindo neoplasia secundária.

Figura 2
Figura 2 Tomografia computadorizada de tórax da mesma paciente demonstra formações ósseas nodulares hiperdensas esparsas ao longo de corpos vertebrais e arcos costais (setas brancas).

Figura 3
Figura 3 Ressonância magnética também revelou múltiplas lesões aleatoriamente distribuídas em vértebras torácicas e lombares, sem sinais de fraturas patológicas.

Figura 4
Figura 4 Resultados histológicos não revelaram indícios de malignidade; evidenciou-se medula óssea com celularidade preservada e setores eritroide, granulocítico e megacariocítico com morfologia e maturação intactas, e ausência de agregados linfoides ou fibrose.

Figura 5
Figura 5 Estudo imunohistoquímico revelou população linfoide mista consistindo de linfócitos T (CD3; 400X) e B (CD20; 400X). Todos esses achados histopatológicos excluem neoplasia secundária e sugerem tecido hematopoiético reacional(9).

Apesar da localização incomum das lesões, osteopoiquilose foi considerada o principal hipótese diagnóstica devido à ausência de lesões hipermetabólicas em PET/CT(5) e à baixa captação do radiofármaco na cintilografia óssea(6), além da ausência de indícios de malignidade na biópsia e da negatividade da IHQ para biomarcadores tumorais(7).

Seguimento com PET/CT FDG-18F realizado após dois anos evidenciou ausência de progressão das lesões osteoblásticas, o que corrobora com a hipótese de um quadro benigno.