Terapia com octreotato-177lu na capital federal: uma experiência de mais de 4 anos

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: Tumores neuroendócrinos (TNE) são neoplasias raras, derivados da crista neural e geralmente apresentam um crescimento lento. Comumente esses tumores expressam receptores de somatostatina, o que permite sua identificação e tratamento por análogos da somatostatina radiomarcados. Outros tumores que expressam esses receptores também são passíveis de tratamento pela medicina nuclear.

Objetivos: O presente trabalho tem por objetivo apresentar a experiência e os resultados iniciais de tratamento com octreotato-177Lu na nossa cidade.

Materiais e Métodos: De janeiro de 2008 até junho de 2012, 29 pacientes portadores de tumores neuroendócrinos e não neuroendócrinos com expressão de receptores da somatostatina iniciaram o protocolo de Rotterdam para tratamento com octreotato-177Lu nesta cidade. Os pacientes foram selecionados após estadiamento por métodos anatômicos de diagnóstico por imagem e confirmação da afinidade pelos análogos da somatostatina através da cintilografia com octreotídeo-111In ou octreotídeo-99mTc, observando-se os devidos critérios de inclusão e exclusão. Foram analisados os efeitos adversos durante e logo após a administração das doses terapêuticas. 21 pacientes concluíram pelo menos um ciclo de tratamento (4 doses de 200mCi) e foram avaliados quanto às respostas clínica, laboratorial e anatômica (progressão, estabilidade, resposta parcial e resposta completa) e ainda quanto à sobrevida nesse intervalo.

Resultados: Após mais de 100 doses administradas, observou-se boa tolerância dos pacientes ao tratamento, com mínimas complicações durante e logo após as aplicações, sendo as mais comuns náuseas e dor abdominal leve nos pacientes com tumores volumosos nessa região. Pacientes sem quimioterapia e/ou radioterapia prévias apresentaram menos complicações. Dos 29 pacientes inicialmente selecionados, 8 não concluíram o 1º ciclo de aplicações, pois 6 apresentaram sinais de progressão da doença e 2 iniciaram o protocolo recentemente. Quanto aos 21 pacientes que completaram os ciclos prescritos, todos relataram melhora clínica inicial e apresentaram algum grau de resposta laboratorial. A resposta anatômica foi melhor nos pacientes com maior grau de captação na cintilografia pré-tratamento e TNE gastroenteropancreáticos, sendo que a maior parte dos pacientes apresentou resposta parcial ou estabilidade da doença. Um caso de resposta completa foi caracterizado após o 1º ciclo. Houve um benefício estimado em relação à sobrevida desses pacientes.

Conclusão: Esta experiência inicial reproduziu os dados da literatura quanto à segurança e à baixa incidência de efeitos adversos proporcionados pela terapia com octreotato-177Lu. Não somente os pacientes com TNE, mas também aqueles com outras neoplasias com afinidade pelos análogos da somatostatina foram beneficiados por essa modalidade terapêutica.