PET-CT em paciente com carcinoma espinocelular (CEC) de conduto auditivo externo – relato de caso

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: tumores do conduto auditivo externo (CAE) são raros, representando menos 0,2% dos tumores de cabeça e pescoço. CEC é o tipo histológico mais comum e os principais métodos para estadiamento são Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética (RM).

Objetivos: relatar caso de CEC em rara localização e o papel do PET-CT no caso em questão.

Material e Métodos: P.P, masculino, 71 anos, com otalgia e otorréia há 8 meses. RM de crânio demonstrou coleção em orelha interna direita, fato que motivou drenagem. No ato cirúrgico, identificou-se extenso tumor no CAE, considerado inoperável. Fragmentos foram coletados e a análise anatomo-patológica identificou CEC moderadamente diferenciado em cavidade e membrana timpânicas, conduto auditivo externo e meninge de fossa média. Linfonodo periauricular apresentava linfadenite crônica inespecífica. O paciente foi encaminhado a essa instituição e avaliado pelo serviço de cirurgia e pescoço e posteriormente pela radioterapia. A equipe optou pela realização de PET-CT pré-tratamento para posterior avaliação de resposta à radioterapia. O PET-CT demonstrou intenso hipermetabolismo glicolítico em formação tecidual heterogênea, que se estendia do meato acústico externo e orelha média direitos até os limites do plano dural da fossa média; à porção petrosa do osso temporal e ao espaço carotídeo, com amplo contato com a. carótida e v. jugular internas, essa última apresentando trombose. Observou-se ainda linfonodos cervicais nos níveis IB e II bilaterais, incluindo linfonodo intraparotídeo à direita, discretamente hipermetabólicos. A radioterapia foi iniciada, porém o paciente evoluiu com vertigem intensa, vômitos incoercíveis e impossibilidade de se manter em decúbito. Devido à grave pneumonite aspirativa e choque séptico, o paciente veio a óbito.

Resultados e conclusões: apesar da limitada experiência com tumor tão raro, há concordância na literatura que a determinação adequada da extensão é o fator mais importante na avaliação inicial, tarefa que parece ser mais bem desempenhada pela RM. Nesse caso, o PET-CT não foi solicitado para avaliação tumoral, porém a boa concordância da descrição dos limites da lesão com o anatomo-patológico deve ser destacada, evidenciando um potencial desse estudo para avaliação do tumor primário. Além disso, o estudo auxiliou na determinação da real extensão da lesão, confirmando invasão da porção petrosa do osso temporal e também do espaço carotídeo. O PET-CT forneceu também informação prognóstica, já que a invasão da orelha média é fator independente de redução na sobrevida. A avaliação linfonodal se mostrou duvidosa, pois os níveis observados são comumente acometidos na disseminação linfática desse tumor (principalmente o intraparotídeo), porém o discreto grau de hipermetabolismo dos linfonodos em relação à lesão, a ausência de linfonodomegalias e de neoplasia no linfonodo periauricular analisado histologicamente, falam contra acometimento secundário.