Introdução: O movimento respiratório durante a aquisição do PET / CT pode levar a um registro impreciso do metabolismo glicolítico em nódulos pulmonares, gerando dúvidas em relação à localização da lesão hipercaptante, principalmente quando esta se encontra na periferia pulmonar/pleura. Visando minimizar esse problema,existem atualmente soluções como o gated respiratório. Entretanto, esta técnica ainda não está bem estabelecida pois, além de trazer dificuldades na sua implementação e erros associados, também possui um alto custo. Assim, a aquisição do PET/CT de tórax inspirado em apneiapode ser uma alternativa viável para a solução deste problema. O objetivo consiste em reduzir a influência de artefatos respiratórios de movimentação, melhorando a fusão, quantificação do tumor (medidas de dimensões e SUV) e localização nas imagens de PET/CT, além de permitir a detecção de possíveis nódulos pulmonares subcentimétricos.

Objetivos: O objetivo deste estudo é descrever a nossa experiência inicial com a aquisição do PET/CT de tórax inspirado em apneia, avaliando se há diferença significativa na coincidência da fusão do PET com a CT, nos valores de SUVmax e nas dimensões.

Material e Métodos: Foram analisados 22 nódulos pulmonares com hipermetabolismoglicolítico, distribuídos em 6 pacientes. Foram realizadas aquisições de PET/CT de corpo inteiro, com o paciente em respiração livre, seguida de TC de tórax dedicada. Posteriormente, adquiriu-se PET/CT de toráx, em LIST MODE, com paciente em apneia e inspiração profunda, sendo as imagens reconstruídas contemplando o tempo de apneia alcançado pelo paciente. As dimensões e o valor do SUVmax foram calculados nos dois tipos de aquisição e analisados utilizando o teste t student.

Resultados: A média do SUVmax foi de 6,59 na aquisição com respiração livre, e de 7,51 no PET/CT de tórax inspirado. O Teste t student mostrou diferença significativa na variação do SUVmax, analisado pelos diferentes tipos de aquisição. A medida do tamanho das lesões apresentou média de 1,32 cm na aquisição com respiração livre e 1,36 cm no PET/CT de tórax inspirado, sem diferença estatística entre os grupos. Em todas as lesões foi observada melhor coincidência da fusão do PET com a CT quando em apneia com o tórax inspirado, além de melhor localização do nódulo.

Conclusões: O PET/CT em apneia com tórax inspirado parece ser útil na melhor caracterização de nódulos pulmonares, comparado ao protocolo com respiração livre, mostrando diferença significativa mesmo em um estudo preliminar. Estudos adicionais, com maior número de pacientes são necessários para comprovar a eficácia do método na prática clínica.