Importância do SPECT/CT na cirurgia radioguiada minimamente invasiva em um paciente com hiperplasias de paratireoides cervicais e mediastinal

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Objetivo: O hiperparatireoidismo clínico ou subclínico é uma das doenças endócrinas mais comuns. Nos pacientes com indicação de paratireoidectomia, a ressecção completa de tecido paratireoidiano hiperfuncionante é essencial para o sucesso do tratamento. O objetivo desse relato é demonstrar a importância das imagens tomográficas por emissão de fóton único associadas às imagens de tomografia computadorizada (SPECT/CT) no auxílio à pesquisa intra-operatória de tecido paratireoidiano guiada por gama-probe.

Relato do caso: Paciente masculino, 52 anos, portador de insuficiência renal crônica em diálise, referindo fraqueza em membros inferiores. Paratormônio sérico: 3648 pg/ml. Foi levantada a hipótese de hiperparatireoidismo secundário à insuficiência renal e solicitada cintilografia de paratireoides para o estudo pré-operatório de paratireoidectomia. Foram adquiridas imagens planas, 5 minutos e 2 horas após a administração venosa de 925 MBq de sestamibi-99mTc. Foram obtidas, ainda imagens tomográficas SPECT/CT da região cérvico-torácica. As imagens revelaram 5 áreas focais de acúmulo do radiotraçador, com densidade de partes moles e calcificações de permeio, sendo 4 na região cervical anterior e 1 no mediastino superior. Optou-se pela paratireoidectomia minimamente invasiva guiada por gama-probe. Foi novamente realizada a injeção intravenosa de 925 MBq de sestamibi-99mTc 2 horas antes da cirurgia para a retirada das paratireoides hiperplasiadas evidenciadas na cintilografia com SPECT/CT. A curva de PTH foi a seguinte: pré-operatório: 3391 pg/ml, após 10 minutos da retirada dos tecidos hiperplásicos: 283 pg/ml, após 20 minutos: 250 pg/ml, após 4 horas: 90 pg/ml.

Discussão: A técnica cirúrgica convencional consiste na exploração aberta bilateral da região cervical. A toracotomia é frequentemente necessária quando há lesões mediastinais. Neste caso, a cintilografia com sestamibi-99mTc tornou possível a realização de cirurgia radioguiada minimamente invasiva, inclusive para a retirada da lesão mediastinal, já que as imagens SPECT/CT determinaram sua localização precisa e a possibilidade de abordagem por via cervical. Assim, um procedimento potencialmente de alta complexidade, tornou-se tecnicamente mais fácil, seguro, com menor morbidade, custo reduzido e melhor resultado estético.