Impacto do SPECT/CT na pesquisa de metástases ósseas em pacientes com cintilografia óssea duvidosa pela presença de lesão única

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: A presença ou ausência de metástases ósseas é fator determinante no estadiamento e seguimento de pacientes oncológicos por afetar diretamente a estratégia terapêutica e determinar o prognóstico (1). A cintilografia óssea com metilenodifosfonado-99mTc (MDP-99mTc) vem sendo amplamente usada para o rastreamento de metástases ósseas, por ser acessível, de baixo custo e, principalmente, pela alta sensibilidade. Entretanto, apresenta especificidade relativamente baixa, principalmente por captar em lesões ósseas benignas (2,3). Essa limitação é maior em pacientes com lesões únicas. Imagens SPECT (single photon emission computed tomography), acrescentam maior sensibilidade, porém, o incremento de especificidade na maioria das vezes não é suficiente para estabelecer o diagnóstico (4). Uma nova tecnologia chamada SPECT/CT, funde as imagens funcionais da Medicina Nuclear às imagens anatômicas da tomografia computadorizada (CT), permitindo uma melhor caracterização das áreas focais de hipercaptação do radiotraçador, mas não está claro na literatura qual o impacto dessas imagens na avaliação de pacientes com lesões únicas à cintilografia óssea convencional.

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto das imagens SPECT/CT na avaliação de lesões ósseas únicas na cintilografia óssea de pacientes oncológicos.

Pacientes e métodos: Foram analisados 32 pacientes que apresentavam lesão única indeterminada à cintilografia óssea convencional (24 mulheres), com idades de 30 a 77 anos (média 61 +/- 13,8 anos) portadores de neoplasias com sítios primários diversos (mama: 24, próstata: 3, pulmão: 1, fígado: 3 e rim: 1). Imagens de varredura de corpo inteiro e imagens estáticas foram realizadas 3 horas após a injeção venosa de 740 MBq de MDP-99mTc. Imagens SPECT/CT foram obtidas em câmara de cintilação acoplada a tomografia computadorizada multislice de 2 cortes por rotação, apenas do segmento com a lesão única inconclusiva identificada nas imagens convencionais. A seguir, as lesões foram reclassificadas como benignas (lesão articular ou com características benignas à CT, malignas (lesões líticas com ruptura da cortical ou blásticas com aspecto neoplásico) e indeterminadas (quando a CT não permitiu incluir a lesão em um dos outros 2 grupos).

Resultados: As imagens tomográficas SPECT/CT reclassificaram 22/32 lesões (69%) como benignas (14/32) ou metastáticas (8/32). As 10 lesões restantes (31%) permaneceram indeterminadas. As Figuras 1, 2 e 3 mostram um paciente cuja lesão indeterminada foi reclassificada como metástase óssea.CONCLUSÃO: As imagens SPECT/CT reduzem de modo significativo o número de imagens indeterminadas nos casos de lesão única à cintilografia óssea convencional, tornando o estadiamento dos pacientes oncológicos com suspeita de metástases ósseas mais rápido e preciso.