Falso-positividade em cintilografia óssea causada por mioma uterino calcificado

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: O câncer de mama é o tumor mais prevalente na população feminina mundial, sendo o tecido ósseo um dos sítios mais comuns de acometimento metastático. Como as lesões são predominantemente blásticas, a cintilografia óssea (CO) é o exame de alta sensibilidade para sua detecção, seguimento e avaliação de recidiva ou resposta terapêutica. Achados inesperdos de captações em partes moles por exames de medicina nuclear, inclusive em úteros normais ou patológicos, têm sido reportados na literatura e podem gerar exames falsos-positivos, criando pitfalls. Estes achados podem se tornar um dilema diagnóstico na interpretação de exames de varredura com bifosfonatos marcados com tecnécio-99m, com eventual necessidade de exames adicionais para melhor elucidação.

Relato de caso: Mulher, 41 anos, com diagnóstico de câncer de mama em tratamento adjuvante com tamoxifeno desde 2009. Vinha em acompanhamento e evoluiu em 2011 com queixa de dor em bacia. Solicitado CO para investigação, que revelou áreas focais de hipercaptação na articulação sacro-ilíaca com alta probabilidade de representar implantes secundários. Contudo, a comparação com exames anteriores permitiu visualizar imagem semelhante, porém em topografia de L5, levantando a possibilidade de se tratar de uma lesão de partes moles em região pélvica, possivelmente um leiomioma que crescera e mudara de posição. Ultrassonografia transvaginal revelou útero volumoso com leiomioma e histerectomia com estudo anátomo-patológico confirmou o diagnóstico. Mostraremos as cintilografias em sequência, que permitem a visualização do mioma em crescimento.

Discussão: Apesar de pouco comum, lesões hipercaptantes de bifosfonados em bacia podem representar depósito do radiotraçador em útero pela CO e a sua identificação pode exigir exames complementares. No caso relatado, a sobreposição de imagens fez com que o útero miomatoso, com captação do radiofármaco, mimetizasse uma lesáo óssea metastática. Entretanto, a suspeita clínic, comparação de imagens e complementação de exames firmaram o correto diagnóstico e propiciaram o adequado manejo clínico.