Introducão: Ventilação não invasiva(VNI) pode otimizar a deposição de aerossóis nos pulmões durante a nebulização. Além do mais, nebulizadores de membrana(Mesh) têm sido disponibilizado no mercado e estudos “in vitro” demonstraram o dobro da deposição quando comparado aos nebulizadores de jato.

Objetivo: Comparar a deposição pulmonar e extrapulmonar e o índice de penetração do radioaerossol(IPR) entre nebulizadores Mesh e de Jato associados à VNI em asmáticos estáveis através de cintilografia de inalação pulmonar.

Material e Método: Estudo de intervenção crossover onde nove pacientes (idade média 27±7 anos) foram randomizados para participar nas duas fases do estudo: fase1(VNI+MESH) e fase2(VNI+JET). Para a cintilografia, adicionou-se 25 mCi de DTPA-Tc^99m a 0,5mg de broncodilatores e solução salina para completar 3 mL. O nebulizador Jato foi posicionado no circuito entre o orifício de exalação e a máscara facial, sendo o gás titulado em 8 L/min. O Mesh foi posicionado na máscara de VNI e utilizou-se 12 cmH2O e 5 cmH2O de pressões inspiratória e expiratória, respectivamente. Após a nebulização, foram obtidas imagens estáticas de tórax na projeção posterior e de cada compartimento do circuito para análise do número de contagens(cts). A deposição pulmonar do radioaerosol foi expressa em valor absoluto e o IPR de cada pulmão foi expresso em percentual, como a razão entre a deposição central e a soma das deposições intermediária e periférica. Valor p<0,05 foi considerado estatisticamente significante.

Resultados: Observou-se maior deposição pulmonar no nebulizador Mesh em relação ao de Jato (pulmão direito= 666923,71±2,65cts vs 230152,14±87,09cts, p=0,01; e esquerdo= 634200,42±2,21cts vs 223628,42±88,66cts, p<0,01, respectivamente). O IPR foi também significativamente maior no Mesh quando comparado ao de Jato (pulmão direito= 117,41±16,73% vs 83,76±15,82%, p=0,02; e esquerdo=126,04±16,47% vs 84,36±14,67%, p<0;0001).

Conclusões: A associação de VNI com nebulizador Mesh resultou numa deposição pulmonar três vezes maior em relação ao de jato, além de proporcionar uma maior penetração do radioaerossol em ambos os pulmões. Assim, estes achados são importantes na abordagem clínica de pacientes asmáticos para garantir uma melhor distribuição de drogas nas regiões periféricas dos pulmões e reverter a obstrução broncopulmonar.

Instituição: Serviço de Medicina Nuclear do HC-UFPE; Departamento de Fisioterapia da UFPE; Georgia State U.