A medicina nuclear no diagnóstico e seguimento do tumor marrom

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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INTRODUÇÃO: O hiperparatireoidismo primário(HPP) é uma doença metabólica decorrente da hiperfunção autônoma de uma ou mais glândulas paratireóides, resultando em aumento progressivo do nível sérico do hormônio paratireoideo e do cálcio sérico.A causa mais comum de HPP é o adenoma solitário, seguido pela hiperplasia e o carcinoma da paratireóide. Muitas alterações esqueléticas são causadas pelo aumento generalizado da reabsorção óssea pela atividade osteoclástica, acompanhado pelo rearranjo fibrovascular medular e estímulo da atividade osteoblástica.Tumor marrom aparece de forma simples ou freqüentemente como múltiplas lesões líticas, bem definidas, no esqueleto axial e apendicular que podem ser confundidas com metástases ósseas.

RELATO DE CASO: CFM, masculino, 34 anos, HIV positivo, com história de tumoração localizada em ambas as pernas e clavícula esquerda, de consistência pétrea encaminhado ao departamento de ortopedia de nossa instituição.A cintilografia óssea trifásica realizada com MDP-99mTc revela múltiplas áreas de aumento da concentração do radiotraçador no esqueleto axial e apendicular. Na cintilografia das glândulas paratireóides, acentuado aumento da concentração do radiotraçador no pólo inferior esquerdo da glândula tireóide persistente nas imagens tardias de 2horas, sugestivo de adenoma da paratireóide e, ainda, áreas de concentração na clavícula esquerda e arcos costais compatíveis com tumor marrom, além de lesões cutâneas na topografia torácica de etiologia indeterminada.Laboratório com PTH de 656pg/ml e cálcio sérico de 14,05 mg/ml.Realizado procedimento cirúrgico em 11/01/2012 e achado neoplasia de paratireóide inferior esquerda com 5,0x3,5cm.Anatomopatológico com diagnóstico de neoplasia da paratireóide composta por células principais e oncocítica com moderada atipia nuclear e focos de fibrose, favorecendo o diagnóstico de adenoma da paratireóide com margens livres. Laboratório pós-cirurgico: PTH: 54pg/ml; 208pg/ml.Cintilografia óssea de controle evolutivo, nota-se manutenção do padrão cintilográfico.Cintilografia de paratireóide: estudo sem evidências cintilográficas de adenoma ou hiperplasia de paratireóides.Pesquisa de corpo inteiro com SESTAMIBI-99mTc: sem lesões significativas.

DISCUSSÃO: A prevalência de HPP varia entre um até quatro indivíduos para cada mil, ocorrendo usualmente em mulheres (3:1), com pico de incidência na quinta década de vida. Alguns estudos descrevem o aumento proporcional da sensibilidade da cintilografia de paratireóide com sestamibi de acordo com a severidade do hiperparatireoidismo. A cintilografia óssea é o método mais sensível para detecção de alterações do metabolismo ósseo. Mas esse exame não permite a identificação da lesão primária diante da grande variedade de achados benignos que causam alterações cintilográficas. Mas diante de achados focais associados a aumento difuso em calota craniana, mandíbula e esterno, encontrado em pacientes com hiperparatireoidismo, o tumor marrom deve ser lembrado.