Efeitos da correção da atenuação na qualidade da imagem em cintilografia de perfusão miocárdica

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: Nos últimos anos, o problema da atenuação em estudos de cintilografia de perfusão miocárdica tem sido estudado por diversos pesquisadores em todo o mundo. Na grande maioria dos casos, feixes de raios-X são empregados para gerar mapas de coeficientes de atenuação, os quais são utilizados apara corrigir as imagens de emissão. A utilização desta técnica, entretanto, tem gerado dúvidas quanto inacurácias provenientes da correção da atenuação.

Objetivo: Analisar, quantitativamente, os efeitos da utilização dos feixes de raios-X na correção da atenuação.

Materiais e Métodos: Foi utilizado um fantoma antropomórfico modelo RDS 860, com 250 μCi de atividade injetada no coração. O equipamento utilizado foi um SPECT (do inglês Single Photon Emission Computed Tomography) da marca SIEMENS, modelo SymbiaT2, com dois detectores. O equipamento foi ajustado para realizar 32 paradas, órbita elíptica de 180º, detectores formando 90o entre si e um colimador de alta resolução. O tempo de parada foi de 10 s e a matriz de aquisição foi de 64x64 pixeis. O feixe de raios-X foi ajustado com os parâmetros: 80 mAs e 120 kV. Foram executadas duas aquisições completas simulando uma cintilografia de perfusão miocárdica: (1) sem a camada simuladora da gordura do tórax feminino e (2) com a camada de gordura. Foram empregados os mesmos parâmetros para aquisição e processamento das imagens em ambas situações. Os valores das contagens do miocárdio após o processamento para os dois exames foram comparados a fim de determinar um fator médio de compensação da atenuação. Os dados são apresentados como média ± desvio-padrão. Foi utilizado teste o teste t para dados paramétricos e os testes de Wilcoxon e Mann-Whitney para os demais. Valores de probabilidade menores que 0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

Resultados: Foi encontrada uma correlação forte entre os resultados dos dados sem correção da atenuação e sem a camada de gordura (SCSG) com os dados sem correção da atenuação com a camada de gordura (SCCG), r = 0,729 e p < 0,001. Notou-se também correlação forte entre os resultados dos dados com correção da atenuação e sem a camada de gordura (CCSG) com os dados com correção da atenuação com a camada de gordura (CCCG), r = 0,662 e p < 0,001. Não houve correlação entre os valores sem correção e com aqueles com correção. Em todos os casos p > 0,05. Foi verificada diferença entre SCSG vs SCCG, 6071,11 ± 1725,24 vs 4892,04 ± 1325,75, respectivamente, p < 0,001. Entre CCSG e CCCG não houve diferença significativa, 34684,84 ± 8796,04 vs 35928,62 ± 11444,86, p = 0,288. Os valores sem correção quando comparados aos valores com correção apresentaram diferença, p < 0,001.

Conclusão: A correção de atenuação pelo CT cria uma nova escala de contagens nas imagens pós-processamento. Essa nova escala tem diferenças na magnitude da variabilidade das contagens, entre as diversas regiões do coração. Esses achados podem ter implicações nas interpretações clínicas dos exames.