Avaliação da metodologia de padronização da quantificação pelo guia da eanm perante as novas tecnologias PET/CT

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: A avaliação clínica de exames de PET/CT é realizada mediante interpretação visual combinada com uma análise quantitativa, através da quantificação do SUV (Standard Uptake Value). Entretanto, a qualidade final da imagem pode, dependendo da dimensão e da forma da lesão captante, afetar significativamente a quantificação. Para que seja garantida a reprodutibilidade em diferentes equipamentos e acurácia dos valores de SUV, é necessário que haja uma padronização da aquisição, reconstrução e análise dos estudos. Boellaard e colaboradores (2010) defendem, no guia FDG PET and PET/CT: EANM procedure guidelines for tumour PET imaging (v1), que os parâmetros de reconstrução sejam escolhidos de modo que os Coeficientes de Recuperação (RC, Recovery Coefficient) estejam contidos dentro uma faixa especificada a partir de um estudo realizado com equipamentos produzidos até 2008.

Objetivos: Este trabalho tem por objetivo avaliar os valores de RC de um equipamento PET/CT, comparando seus valores àqueles especificados no guia da EANM e averiguar a aplicabilidade da metodologia de padronização proposta em equipamentos disponíveis no mercado brasileiro.

Materiais e métodos: Foi realizada a aquisição de um simulador de controle de qualidade de PET (NEMA IEC Body Phantom) em um equipamento PET/CT Gemini TF Base (Philips Medical Systems, USA). Foram medidos os valores de RC utilizando o protocolo clínico e comparados com aqueles da faixa especificada no guia. A análise estatística foi realizada por meio do teste t de Wilcoxon.

Resultados e Conclusões: Os valores de RC nas imagens reconstruídas pelo algoritmo clínico (algoritmo LOR RAMLA-3D) encontram-se mais elevados que o valor máximo especificado pelo guia europeu, sendo observada diferença estatística significativa (P-value = 0,03). Os valores de RC aproximam-se rapidamente de 1 (atividade medida é igual à atividade real), a partir de objetos captantes de 17 mm. Os valores elevados de RC refletem o aprimoramento da tecnologia do PET nos últimos anos. Logo, apesar da metodologia sugerida pelo guia europeu para garantir a reprodutibilidade do SUV em diferentes equipamentos, no caso do equipamento avaliado, seu uso pode afetar negativamente a detecção e análise de lesões. Conclui-se que a metodologia de padronização proposta pelo guia da EANM não pode ser aplicada aos equipamentos de PET/CT atualmente no mercado, sendo necessária a realização de um estudo interinstitucional para o estabelecimento de uma nova faixa de valores de RC.