SPECT CT miocárdico: avaliacão do escore de calcio durante o spect de perfusão adiciona dados diagnósticos e prognósticos.

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: A cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) tem sido amplamente empregada para estimar o risco da presença de doença arterial coronariana (DAC), assim como no manejo desta condição. A calcificação de arterias coronarias é um marcador de aterosclerose e tem sido avaliado pelo score de cálcio (EC) está associada com eventos cardiovasculares em médio e longo prazo. Diversos estudos tem demonstrado que a analise combinada de um método anatômico, como o EC, com a cintilografia de perfusão que faz a avaliação funcional proporcionaria informações diagnósticas e prognósticas adicionais.

Objetivo: Analisar a correlação dos achados da CPM com a presença de calcificação coronariana na tomografia computadorizada (TC) realizada para correção de atenuação num aparelho de SPECT-CT (Symbia T2).

Material e métodos: Estudo observacional, retrospectivo, unicêntrico. Foram analisados os achados demográficos, cintilográficos e tomográficos (SPECT-CT) de 62 pacientes consecutivos, no período de 01 de março a 15 de março de 2012, que foram encaminhados para nossa instituição para realizar a CPM de repouso e estresse associado a TC de baixa dose para correção de atenuação em aparelho Symbia T2 SPECT-CT. Foram excluídos da análise 24 pacientes que tinham diagnóstico prévio de doença arterial coronariana. A CT foi realizada sem Gated com corrente média 80 mAS e cortes de 5mm de espessura. A análise do EC foi realizada no software Osirix®. A análise estatística empregou o quiquadrado e o teste T de student.

Resultados: Os 38 pacientes (12 homens) sem DAC prévia analisados apresentavam média de idade 63 (+ 12 anos) e foram submetidos à CPM para avaliação de DAC. Observamos a seguinte distribuição do EC nas artérias coronárias: (1) EC zero = 17 casos (44,7%); (2) EC entre 1 e 400 = 17 casos (44,7%); e (3) EC maior que 400 = 4 casos (10,6%). Quando analisamos a CPM observamos que 4 pacientes (10,6%) apresentavam isquemia miocárdica. Ao correlacionarmos a presença de calcificação coronária, observada à TC, com os achados da cintilografia, encontramos uma associação significativa entre a presença de cálcio coronário e isquemia miocárdica: nenhum paciente com escore de cálcio zero apresentou isquemia, enquanto que 4 dos 21 pacientes (19%) com cálcio presente demonstraram isquemia à cintilografia (p = 0,02). A presença de dor precordial que motivou a solicitação do exame não se correlacionou com o EC na TC utilizada para correção de atenuação (p = 0,06).

Conclusão: A analise do EC realizado em exames de SPECT-CT de perfusão miocárdica parece ser uma ferramenta útil na estratificação do risco cardiovacular. A presença de calcificação coronária se correlacionou com isquemia miocárdica, o que pode corresponder à presença de lesões coronarianas obstrutivas, enquanto que EC zero esteve associado com exames normais.