Neurolinfomatose em plexos braquial e lombossacro em linfoma não-Hodgkin difuso de grandes células B (LNHDGCB) – relato de caso

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: linfomas, principalmente não-Hodgkin, podem ter origem extranodal (40%) ou apresentar envolvimento extranodal secundário à disseminação regional ou hematogênica. Infiltração neural periférica ou de pares cranianos (neurolinfomatose) é rara, e neuropatia sensoriomotora progressiva é a manifestação mais comum.

Objetivos: relatar caso raro de neurolinfomatose por LNHDGCB, o papel do PET-CT e ressaltar a importância da multidisciplinaridade.

Material e Métodos: A.S, 43 anos, portadora de LNHDGCB com sítio inicial em ovário esquerdo, submetida à cirurgia de Wherteim-Meigs em outubro de 2011. Em novembro, à avaliação pela oncologia clínica, apresentava ascite volumosa e sintomas B ao exame físico, linfonodomegalias periaortocavais e paraórticas esquerdas à tomografia computadorizada de abdome. A paciente não apresentava doença supradiafragmática e análise do líquor era negativa. Quimioterapia foi instituída com excelente resposta clínica, porém, a partir do 4º ciclo, teve início quadro de dor intensa e perda de força muscular no membro inferior direito. Ressonância Magnética (RM) de coluna lombossacra evidenciou hérnia discal em L4-L5, sendo solicitada avaliação da neurocirurgia. Houve piora do quadro, com surgimento de quadro semelhante no membro superior direito e paralisia facial periférica ipsilateral. Nova análise do líquor foi realizada, a qual foi positiva para células neoplásicas, sendo instituída quimioterapia intratecal. Infecções oportunistas, principalmente por Herpes-Zoster, e neurotoxicidade por quimioterápicos foram excluídas. Nova RM de coluna lombossacra foi realizada, sem alterações. PET-CT com FDG-18F evidenciou intenso hipermetabolismo glicolítico e espessamento importante de raízes nervosas nos plexos braquial e lombossacro à direita, padrão também evidenciado no nervo ciático ipsilateral, com acentuados espessamento e hipermetabolismo até o terço médio da coxa. Discreto hipermetabolismo também foi demonstrado em linfonodos paraórticos à esquerda, medindo até 0,8cm e em um pequeno linfonodo subcarinal. Novo tratamento quimioterápico foi instituído, com drogas que ultrapassam barreira hemato-encefálica. Houve melhora significativa da paresia e da dor, reversão completa da paralisa facial e nova análise de líquor foi negativa. Paciente aguarda realização de PET-CT controle.

Resultados e conclusões: o PET-CT foi fundamental no manejo clínico dessa paciente, primeiramente, por demonstrar importante regressão das linfonodomegalias retroperitoneais. Além disso, através de correlação com dados clínicos e laboratoriais, detectou recidiva da doença e também sua correta localização, informação que foi crucial na escolha dos quimioterápicos. Relatos da literatura apontam o PET-CT como uma promissora ferramenta na investigação de neuropatias periféricas em pacientes com linfoma, já que não tem sido infrequente a não detecção das alterações relacionadas à neurolinfomatose por outros métodos de imagem.