123I-MIGB cardíaco se correlaciona melhor que a fração de ejeção com a gravidade dos sintomas em pacientes com insuficiência cardíaca sistólica sem tratamento prévio

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Fundamento: As interrelações entre ativação autonômica cardíaca, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e manifestações clínicas em insuficiência cardíaca (IC) ainda são mal compreendidas.

Objetivo: Comparar a correlação entre gravidade de sintomas e a atividade simpática cardíaca, através do I123-MIBG, com a correlação com a FEVE em pacientes com IC sistólica sem tratamento prévio com betabloqueador.

Métodos: Trinta e um pacientes com IC sistólica, classe I a IV New York Heart Association (NYHA), sem tratamento prévio com betabloqueador, foram selecionados e submetidos a cintilografia com I123-MIBG e ventriculografia radioisotópica para a determinação da FEVE. A razão coração/mediastino (C/M) precoce e tardia, e a taxa de washout foram calculadas a partir do exame de cintilografia.

Resultados: De acordo com a gravidade dos sintomas, os pacientes foram divididos em grupo A, 13 pacientes em classe funcional I-II; e grupo B, 18 pacientes em classe funcional III-IV. Comparado ao grupo B, o grupo A apresentou uma FEVE significativamente mais elevada (grupo A: 32% ± 7% vs. grupo B: 25% ± 12%, p = 0,04). As razões C/M precoce e tardia do grupo B foram inferiores aos do grupo A (respectivamente, C/M precoce: 1,49 ± 0,15 vs. 1,64 ± 0,14, p = 0,02; e, C/M tardia: 1,39 ± 0,13 vs. 1,58 ± 0,16, p = 0,001). A taxa de washout foi significativamente maior no grupo B (36% ± 17% vs. 30% ± 12%, p = 0,04). A variável com maior correlação com a classe funcional (NYHA) foi a razão C/M tardia (r = -0,585, p = 0,001), ajustado para idade e sexo.

Conclusão: Este estudo mostrou que o I123-MIBG cardíaco se correlaciona melhor que a fração de ejeção com a gravidade dos sintomas em pacientes com IC sistólica sem tratamento prévio com betabloqueador. Estratégias terapêuticas que visem modular a ativação adrenérgica podem ser particularmente efetivas.

Instituição:Setor de Medicina Nuclear, Hosp. Univ. Antônio Pedro, UFF, NiteróI, RJ; Hosp Pró-Cardíaco, RJ